Oi Maringá

Oi Maringá

Ao som de Phoenix, estou sentada na minha nova escrivaninha, no meu novo quarto, estampado com fotografias invejáveis, no meu apartamento, o qual chamo de meu segundo Lar.

A mudança. Eu admito que sou um tanto quanto exagerada no excessivo excesso de pertences carro-transportados, os quais fiz meu pai dar seu jeito heróico Homem da casa, de conseguir achar um espaço para cada exagero meu, como é possível ter uma breve ideia na imagem ilustrativa acima.

Eu devo admitir que não sei exatamente, certamente nada. Para mim, é tudo novo, mesmo que no seu breve início sem grandes suspresas. Afinal, é amanhã o dia oficial desse início. O ocorrido até então, foi uma prévia. O arrumar o quarto, com aquela empolgação invejável para qualquer veterano no assunto, que está pouco ligando para seu quarto. Mas para mim, eu quero curtir cada dia. Cada tarefa. Mesmo que tediante. Mesmo que repetitiva. Mesmo que cansativa. E já comecei a fazê-lo desde o primeiro passo nessa cidade. Desde a minha primeira entrata nesse Apartamento. Sozinha, subindo as escadas. Apenas eu e as escadas. Apenas eu, fechadura e chave. Eu lembro de ter dado um passo proposital supersticioso com o pé direito tomando frente da situação. Dei uma breve olhadela, e logo estava a descer, mas fechando a porta lembrei-me que nem cogitei olhar meu novo quarto, apenas mobiliado, nada acessorado. Então voltei. Olhando para o mesmo, eu me obriguei a torná-lo minha cara. Em breve o faria. Desci novamente, meus Pais lá estavam à minha espera… e em torno de uma hora, o cansaço de carregar minhas tralhas adoráveis, fez jus a tanta bagagem.

Esses 4 dias e algumas horas de hoje, só trazem-me já, boas lembranças. De que já aproveitei cada dia com sua intensidade memorável. Alguns um tanto quanto capitalistas, eu admito. Ao menos, isso é um ponto favorável para uma futura administradora. Digo, a alma capitalista. Mas, alguns objetos foram mais do que belos. E de tão, eu volto à cá singularmente para compartilhá-los outrém.

Ontem, foi a tal da despedida para quem concebeu-me ao mundo. E claro, tornaram possível tudo o que vem me deixando feliz, e mais feliz. Meus Pais! Com que palavra descrevê-los. O sentimento. O gosto por eles. O amor puro. Verdadeiro. Eterno! Minha Mãe, até o último segundo conseguia me lembrar coisas não lembráveis. Como lavar aquilo, como fazer aquilo, quando, como, porque. Isso, e tal. E meu Pai, no último instante, apesar da batalha para comigo, de parar de ingerir um dos líquidos pretos, a coca-cola, trouxe-me uma geladíssima, um dos últimos líquidos gelados que ingeri, afinal, a geladeira tem data marcada para chegar, a qual não é hoje, nem foi ontem. O abraço, o beijo. O se cuida. E a última olhada pelo vidro do carro. Virei-me, os vi sair. Fui subindo as escadas. A cada passo. A cada passo. A cada subida. Uma lágrima mais intensa borrava meu rímel. Não foi de tristeza. Não foi de alegria. Não sei do que foi. Só sei que os amo. E quando já dentro do meu quarto, sento-me na escrivaninha, olho ao lado, e aquela caixa de bombons a qual fui forçada por Sônia à comprar estava ali. Abro meu notebook, e ali está, um bilhete dela…

Metarmofoses vestibulídicas

Falarei por mim. Meu quarto tornou-se um “santuário vestibulídico”. Começou tímido, admito. Materiais do cursinho iniciaram sua ocupação, e um espaço foi aberto nas plateleiras, singelamente. Uma folha colada na parede com horários de estudo.

Sofreu metamorfose.

A afinidade entre nós surgiu e infestou este ambiente. Um santuário de vestibular. Apostilas de 3 sistemas de ensino diferentes. Cada tilacóide de Dom Bosco, Poliedro, e Positivo. Separados em seus respectivos Granuns, formando um conjunto belíssimo de Grana. Incontáveis simulados, provas da Uem, Ufpr resolvidas com uma esperança brotando dos acertos casuais. Uma luminária que seria um fator limitante luminoso para qualquer planta Heliófita por aí. Lembretes, coloridos lembretes a forrar as “paredes” laterais. Tabela periódica no meu fucinho. Um mini calendário, com quase 10 meses contendo o X. Auto-tortura. Listas de livros necessários, quase, quaaase todos contendo seu OK ao lado. Frases como “Don’t sleep, just study” “Caloura 2011” “Stop with Blog, don’t disturb” (perdona-me) . Datas de inscrições, longins, senhas, dia de provas. apesar de que esse último lembrete já ocupa um lugar na minha memória. Horário do dentista. Lápis, borracha, marcador de texto. Balas. Ao término do dia, 4 xícaras de café vazias. Aliás, são 3 horas da madrugada, e esqueci de levá-las a cozinha. O sono resolveu me abandonar nas últimas noites. Levantei-me, luminária. Ciclo celular. Resolvi escrever.

Digna de menção também foi a última inspiração visual pendurada por aqui. Uma foto de jornal contendo os 10 últimos aprovados de Medicina da Uem, sorridentes, eu diria. Quando foco-me em tal, meus olhos brilham, respiro fundo. Volto ao foco inicial, o qual não deveria ter sofrido desfoque.

Voltar-ei ao ciclo celular. Apesar de que aposto que essa tentativa acabará logo em Intérfase, fase G2, a qual eu genericamente, para recordar nos dias 6, 7, 14, 12, 13, 14, classifiquei-a como “Give me a Break”. Afinal, é o intervalo do ciclo celular. DNA duplicado. Revisar mitose, amanhã…